sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Papa Bento 16 anuncia renúncia ao cargo


Pontífice deixará o cargo oficialmente em 28 de fevereiro; Bento 16 justificou saída por sua idade avançada e  de vigor.
 Bento 16  anunciou  segunda-feira (11) que vai renunciar ao seu cargo em 28 de fevereiro de 2013. Segundo o Vaticano, o papa informou sobre sua decisão em latim durante um encontro de cardeais do Vaticano nesta manhã. Ele enfatizou que o cumprimento dos deveres de um papa requer "vigor tanto da mente quanto do corpo". 


A decisão abre caminho para a realização de um conclave que elegerá um novo papa antes da Páscoa . O anúncio de Bento 16 surpreendeu até mesmo seus colaboradores mais próximos e chocou o mundo católico - composto por mais um bilhão de fiéis  mundo.

"Depois de fazer um repetido exame da minha consciência diante de Deus, eu tive a certeza que minhas forças, devido à minha idade avançada, não são mais adequadas para exercer o ministério petrino", disse Bento 16 aos cardeais. "Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando."

"Entretanto, no mundo de hoje, sujeito a tantas mudanças rápidas e e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e proclamar o Evangelho, é necessário o vigor tanto da mente quanto do corpo - vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado."

Bento 16, 85 anos, se tornou papa em 2005, após a morte de João Paulo 2º. Esse é o primeiro caso de renúncia no papado em quase 600 anos. O último papa a renunciar foi Gregório 12, que se retirou do cargo a contragosto em 1415 em um acordo para colocar fim ao Grande Cisma do Ocidente. O último pontífice a renunciar por vontade própria foi Celestino 5, em 1294, após apenas cinco meses de pontificado.

O Vaticano destacou que nenhuma condição  específica influenciou na decisão de Bento 16, mas nos últimos anos, a mobilidade do papa ficou bastante reduzida. O número de viagens diminuiu e para chegar ao altar da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele tem utilizado uma plataforma móvel. O irmão do papa, Georg Ratzinger, informou que Bento 16 pensava na renúncia havia meses e que a idade avançada estava pesando sobre ele.

De acordo com o Vaticano, logo após sua renúncia, Bento 16 vai para o Castelo Gandolfo, o  de verão do papa no sul de , e, em seguida, iria viver em um monastério.

Estava programada uma visita ao Rio de Janeiro para  da Jornada Mundial da Juventude em julho desde ano. Até lá, o sucessor já terá sido anunciado e, provavelmente,fará a viagem no lugar de Bento 16 .

Novo papa
A decisão abre caminho para a realização de um conclave que elegerá o sucessor de Bento 16. O diretor de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou que "para a Páscoa, teremos o novo papa".

Com a renúncia, o conclave será realizado mais rapidamente, uma vez que o tradicional período de luto que segue a morte de um papa não será realizado. A renúncia permite também que Bento 16 tenha uma influência sobre a escolha de seu sucessor.

Ele já colocou sua marca no Colégio dos Cardeais, responsáveis por eleger o próximo papa, garantindo assim seu legado conservador e um futuro ortodoxo para a Igreja. Bento 16 caracterizou sua renúncia como "uma decisão de grande importância para a vida da igreja".

Os seus possíveis sucessores incluem o cardeal Angelo , arcebispo de Milão, o cardeal Cristoph Schoenborn, arcebispo de Viena, e o cardeal Marc Ouellet, cardeal chefe do  de bispos do Vaticano.

Todos os cardeais com idade inferior a 80 anos podem  no conclave, a reunião secreta que ocorre na Capela Sistina, onde os cardeais realizam a eleição do novo papa. Como tradição, as cédulas são queimadas; quando sai fumaça preta da chaminé significa que nenhum papa foi escolhido e quando sai fumaça branca significa que um novo papa foi eleito.

A renúncia é permitida no papado; as leis especificam somente que a renúncia deve ser "feita livremente e manifestada apropriadamente".

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